quinta-feira, 23 de setembro de 2010

O que é uma narração?

A Narração é um relato centrado num fato ou acontecimento; há personagem(ns) atuando e um narrador que relata a ação. A narração é um tipo de texto marcado pela temporalidade. Ou seja, como seu material é o fato e a ação que envolve personagens, a progressão temporal é essencial para seu desenrolar: as ações direcionam-se para um conflito que requer uma solução, o que nos permite concluir que chegaremos a uma situação nova. Portanto, a sucessão de acontecimentos que leva a uma transformação, a uma mudança, e a trama que se constrói com os elementos do conflito desenvolvem-se necessariamente numa linha de tempo e num determinado espaço.


Esquematizando, teríamos: a personagem A vive um conflito X que se resolve assim; após o conflito, o personagem A não será o mesmo do início da narrativa.

Os Elementos da narrativa

Como já vimos anteriormente, a narrativa de ficção é um relato centrado num fato ou acontecimento; há personagens atuando e um narrador que relata a ação. O tempo e o cenário ou ambiente são outros elementos importantes na estrutura da narração. O autor trabalha o conjunto desses elementos no sentido de simular, de fingir uma história que reflita uma dada realidade. O universo da ficção nos apresenta uma realidade que não é verdadeira, mas é possível ser, e por isso a aceitamos como real.

O NARRADOR
O narrador é o dono da voz ou, em outras palavras, a voz que nos conta os fatos e seu desenvolvimento. Dependendo da posição do narrador em relação ao fato narrado, a narrativa pode ser feita em 1ª ou em 3ª pessoa.

Temos assim, o ângulo, o ponto de vista, o foco pelo qual serão narrados os acontecimentos (daí falar-se em foco narrativo).

Na narração em primeira pessoa, o narrador participa dos acontecimentos; é, assim, um personagem com dupla função: o personagem-narrador. Pode ter uma participação secundária nos acontecimentos, destacando-se, desse modo, seu papel de narrador, ou ter importância fundamental, sendo mesmo o personagem principal. Nesse caso, a narração em primeira pessoa permite ao autor penetrar e desvendar com maior riqueza o mundo psicológico do personagem.

É importante observar que, nas narrações em primeira pessoa, nem tudo o que é afirmado pelo narrador corresponde à "verdade", pois, como ele participa dos acontecimentos, tem deles uma visão própria, individual e, portanto, parcial. A principal características desse foco é, então, a visão subjetiva que o narrador tem dos fatos: ele narra apenas o que vê, observa e sente, ou seja, os fatos passam pelo filtro de sua emoção e percepção.

Já nas narrações em terceira pessoa, o narrador está fora dos acontecimentos; podemos dizer que ele paira acima de tudo e de todos. Essa situação lhe permite saber de tudo, do passado e do futuro, das emoções e dos pensamentos dos personagens - daí ser chamado de onisciente (oni + sciente, ou seja, "o que tem ciência de tudo", "o que sabe de tudo"). Repare que o narrador onisciente "lê" os sentimentos, os desejos mais íntimos da personagem (aliás, o narrador vê o que ninguém tem condições de ver: o mundo interior do personagem), e sabe qual será a repercussão desse ato no futuro.

O ENREDO
O enredo (ou trama, ou intriga) é, podemos dizer, o esqueleto da narrativa, aquilo que dá sustentação à história,  ou seja, é o desenrolar dos acontecimentos. Geralmente, o enredo está centrado num conflito, responsável pelo nível de tensão da narrativa. O enredo se organiza em torno de um conflito, ou seja, uma oposição entre os elementos da história e cria no leitor ou ouvinte expectativa em relação aos fatos. O enredo possui as seguintes partes:

  • Introdução (apresentação): o  narrador costuma apresentar os fatos iniciais, as personagens e, eventualmente, o o tempo e o espaço. A introdução de um texto narrativo é muito importante, porque deve despertar a atenção do leitor e situá-lo diante da história que vai ler.

  • Complicação (desenvolvimento): é a parte do enredo em que é desenvolvido o conflito. Uma narrativa pode ter mais de um conflito. Em um romance ou novela de Tv, por exemplo, muitos são os conflitos desenvolvidos ao longo da história.

  • Clímax: é o momento culminante da história, o momento de maior tensão, aquele em que o conflito atinge o seu ponto máximo. O clímax na narrativa deve despertar a curiosidade e atenão do leitor.

  • Desfecho (desenlace ou conclusão): é a solução do conflito, a parte final: boa, má, surpreendente, trágica, cômica ou feliz.    
OS PERSONAGENS
Os seres que participam do desenrolar dos acontecimentos, isto é, aqueles que vivem o enredo, são os personagens (em português, a palavra personagem tanto pode ser masculina como feminina).

Em geral o personagem bem construído representa uma individualidade, apresentando traços psicológicos próprios. Há também personagens que representam tipos humanos, identificados pela profissão, pelo comportamento, pela classe social, enfim, por algum traço distintivo comum a todos os indivíduos dessa categoria.

Há ainda personagens cujos traços de personalidade ou padrões de comportamento são extremamente acentuados (às vezes beirando o ridículo); nesses casos, muitos comuns, por exemplo, em novelas de televisão, temos personagens caricaturais.

Protagonistas e Antagonistas
Já sabemos que a narrativa, em geral, está centrado num conflito, que pode se dar entre o personagem e o meio físico, ou entre ele e sua consciência, ou entre dois personagens. Como exemplo: dois personagens desempenham o papel de lutadores. Em linguagem popular, temos caracterizados o "mocinho" e o "bandido" (ou, como querem alguns desenhos de televisão, "os do bem" e "os do mal"). Ou ainda, em outros termos, o herói e o vilão. Esses personagens recebem o nome de protagonista e antagonista.

  • Protagonista: [Do gr. protagonistés, o principal 'ator', ou 'competidor'.] S. 2g. 1. O primeiro ator do drama grego. (...) 2. Teat. e Cin. A personagem de uma peça teatral, de um filme, de um romance, etc. 3. Fig. Pessoa que desempenha ou ocupa o primeiro lugar num acontecimento.

  • Antagonista: [Do gr. antagonistés, pelo lat. antagonista.]. Adj. 2 g. 1 Que atua em sentido oposto, opositor, adversário. (...) S. 2g. 4. Pessoa que é contra alguém ou algo, adversário, opositor.
PS: Percebeu? Um é "o principal lutador"; o outro é "o que luta contra".

Uma observação: ao construir uma narrativa, nunca despreze o antagonista; poderíamos até mesmo afirmar que o sucesso de uma narrativa está diretamente ligado à perfeita caracterização desse personagem. Que o digam as novelas de televisão!

O AMBIENTE
Ambiente é o cenário por onde circulam personagens e onde se desenrola o enredo. Em alguns casos, a importância do ambiente é tão fundamental que ele se transforma em personagem. Por exemplo: o Nordeste, em grande parte do romance modernista brasileiro; o colégio interno, em O Ateneu, de Raul Pompéia; o caso mais nítido está em O cortiço, de Aluísio Azevedo.

Observe como sempre há relação estreita entre o personagem, seu comportamento e o ambiente que o cerca; repare como, muitas vezes, por meio dos objetos possuídos podemos fazer um retrato perfeito do possuidor.

O TEMPO
O narrador pode se posicionar de diferentes maneiras em relação ao tempo dos acontecimentos - pode narrar os fatos no tempo em que eles estão acontecendo; pode narrar um fato perfeitamente concluído; pode entremear presente e passado, utilizando a técnica de flash-back.

Há também, o tempo psicológico, que reflete angústias e ansiedades de personagens e que não mantém nenhuma relação com o tempo propriamente dito, cuja passagem é alheia à nossa vontade. Falas como "Ah, o tempo não passa..." ou "Esse minuto não acaba!" refletem o tempo psicológico.

Concluindo:
É necessário, portanto, mencionar o modo como tudo aconteceu detalhadamente, isto é, de que maneira o fato ocorreu. Um acontecimento pode provocar consequencias, as quais devem ser observadas.

  • Fato - o que se vai narrar (O quê?)

  • Tempo - quando o fato ocorreu (Quando?)

  • Lugar - onde o fato se deu (Onde?)

  • Personagens - quem participou ou observou o ocorrido (Com quem?)

  • Causa - motivo que determinou a ocorrência (Por quê?)

  • Modo - como se deu o fato (Como?)

  • Conseqüências - Geralmente provoca determinado desfecho.
Após definir os elementos da narrativa, basta organizá-los para elaborar uma narração.

A Gramática na narração

Num texto narrativo predominam os verbos de ação: há, em geral, um trabalho com os tempos verbais. Afinal, a narração, ou seja, o desenrolar de um fato, de um acontecimento, pressupõe mudanças; isso significa que se estabelecem relações anteriores, concomitantes e posteriores.
Ao optar por um dos tipos de discursos, organizamos o texto de forma diferente. Os verbos de elocução, os conectivos, a pontuação, a coordenação ou a subordinação passam a ter papel relevante na montagem do texto.
Ao transformar o discurso direto em indireto (ou vice-versa), realizamos uma grande mexida na arquitetura do texto.
Portanto, para organizarmos um bom texto narrativo, temos de trabalhar o arcabouço gramatical que o sustenta (isso sem contarmos que, em geral, deparamos com passagens descritivas no miolo de um texto narrativo, o que exige uma organização diferenciada).

Concluindo

Ao produzirmos uma narrativa de ficção, temos de estar atentos a todos esses elementos. Dependendo do enredo, trabalhamos com maior ênfase um determinado elemento ou outro. Uma forma de aprimorar suas habilidades de produtor de textos é prestar atenção nos bons romancistas e contistas, nos roteiros de filmes e novelas, perceber como eles trabalham esse ou aquele elemento de suas narrativas.

Imagem: Google

terça-feira, 24 de novembro de 2009

O idoso e a sociedade

É determinado por lei que todo idoso tem direito à cidadania, à dignidade e à educação, porém esses direitos, geralmente, são negados aos mesmos.

Nosso estilo de vida é extremamente capitalista visando sempre o lucro e deixando para trás aquilo que aparentemente é improdutivo, no caso o idoso. A discriminação familiar com a desculpa da intitulada “falta de tempo” deixa o idoso a mercê de maus tratos contrariando a lei e negando-lhes os direitos.

Com isso perde a oportunidade de aprender com a experiência dos mesmos e perde também a oportunidade de melhorar a autoestima do idoso, visto que ele sente-se útil a o ver que ainda pode contribuir ensinando os mais jovens, proporcionando-lhes assim uma qualidade de vida melhor, não só para os idosos, mas também para toda a família.

As crianças, jovens e adultos devem assumir um compromisso com o idoso permitindo que o mesmo tenha seus direitos sempre garantidos lembrando que dignidade, cidadania e educação começam em casa.

(Daniel júnior.302)

A VALORIZAÇAO DO IDOSO

Muitos idosos sofrem violência e discriminação, ações essas consideradas crime pelas leis do estatuto do idoso. Mas o que me pergunto é por que fazem esse tipo de crime com essas pessoas tão inofensivas? Será que é a paciência que acabou ou crueldade mesmo?

É comum vermos esse tipos de situações em ônibus, nas ruas e notícias na televisão de maus tratos dentro de suas próprias casas. Quero ressaltar que pessoas que fazem isso ainda não pararam para pensar que um dia também irão envelhecer e se não reverterem esse quadro poderão sofrer o mesmo tratamento.

Muitos devem praticar esse tipo de maltrato por não saberem que é crime, pois se soubessem pensariam um pouco mais antes de fazer e outros por serem cruéis mesmos, pois, apesar de conhecerem o estatuto do idoso, ainda assim ,continuam maltratando o idoso.

Temos que valorizar o idoso, pois foram pessoas que já viveram muito e que a velhice é um processo natural da vida e não desvalorizar, mas respeitar e cobrar o mesmo da sociedade.

Emilene Carrilho 301